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"PARA SEMPRE MULHER"

  Numa antologia publicada pela vertente editorial dos Cahiers du Cinéma, o prefaciador Antoine de Baecque afirma que “a política dos autores foi sem dúvida a ideia crítica mais célebre da história do cinema”. Por uma ética de controlo, seria sem dúvida aconselhável investigar se tal celebridade se confirma igualmente em universos meramente paralelos à mitologia dessa revista (pois o cinema não é só ofertas do padrinho Sam e teorias de redutíveis gauleses). No entanto, a julgar pelo borbulhar autoral que se agita pelos oito dias com que se dá a volta a este mundo no primeiro quartel do século XXI (de Alejandro González Iñárritu a Apichatpong Weerasethakul), parece certo que a ideia inchou, mas não desinchou e muito menos passou. A coisa tem méritos, claro. Ora bastante delicados, como a noção de que, na produção de um filme, alguém terá de assumir o ponto de vista capaz de levar todas os outros trabalhos a se conjugarem numa lógica semântica e numa lógica formal (o que descredibiliza

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